3 de ago. de 2011

JOWEXPRESS: Manifesto de uma criança feliz!

JOWEXPRESS: Manifesto de uma criança feliz!: "(Sítio de Estivas - 2011) Dudu não passava de uma criança ligeira em seus passos e falas e com um pensamento desbravador. Um excelente loc..."

Manifesto de uma criança feliz!

(Sítio de Estivas - 2011)


Dudu não passava de uma criança ligeira em seus passos e falas e com um pensamento desbravador. Um excelente local para suas aventuras era o quintal de sua casa, que por primazia naquele tempo, era como uma fortaleza. Sua altura nada privilegiada fazia com que as coisas tornassem maiores do que pareciam ser. Ali em seu território, rodeado de árvores frutíferas, a construção de seu imaginário dava-se de forma natural. Recebia amigos, subiam em árvores, saboreavam as frutas, aventurando-se apanhá-las na mais exímia copa sem temer altura, o tempo ou o vento. Dentre seus companheiros mais ousados, um louva deus, estava no topo da pirâmide hierárquica. O louva deus vivia entre as violetas, seu local preferido, onde alimentava-se e refrescava-se entre as folhas úmidas. Com sua tonalidade verde atendia aos chamados por gesto da criança, saltando nos ombros e entrando em seus carrinhos feitos a mão com sabugos de milho, madeiras velhas, sobre rodas do fruto da lobeira. Naquele tempo a criatividade floria e estampava esse ambiente, trazendo para o real as mais belas ações e sorrisos de uma era. Por falar em sorriso, este ainda era mais fervoroso e acompanhado por gargalhadas, quando  o Vô chegava de seu trabalho com passos calmos, compassados, nem sempre rítmicos, mas sinceros. Esse senhor, já com as cicatrizes do tempo e do ofício, trazia consigo uma fala rouca que encantava o neto, que era capturado e atraído como um peixe para a rede. Mesmo cansado conseguia projetar-se em direção a Dudu em cócegas, a esfregar-lhe a barba ruiva e a oferecer-lhe o que restara da marmita levada para a lida. Era a melhor refeição do dia. Com o rosto esculpido de feijão, Dudu alimentava-se com esse amor de Vô e com o pouco que restara naquele recipiente, deixado de forma proposital, senão para ver o sorriso dessa criança, o melhor dos pratos e dos alimentos. Uma perfeita simbiose refletida novamente pelas gargalhadas de ambos por todo o espaço. Nessa época podia-se ser o que quisesse: super herói, caminhoneiro, pescador, lenhador, fazendeiro. Era apenas dizer: - Hoje vou ser isso! E pronto. O "isso", tornava-se ardente e pulsante até o fim da brincadeira. E esse Vô ajudou em todos esses processos de construção. Essa gaiola de idéias pode ser aberta graças ao velho de barba ruiva com sua marmita reservada para o neto com tanto zelo. Um gesto simples e repleto de significados. As vezes ele chegava de mansinho e observava a correria entre as árvores do quintal. De vez ou outra ficava jogando pedrinhas provocativas entre as folhas secas para assustar todas as crianças, que já eram revestidas por um universo de aventuras. Ao fim do dia, a mãe chamava para o banho, nova chamada em tom voraz repete-se, até que Dudu limpando o nariz com braço direito apresenta-se rodeado de manchas provenientes das aventuras em sua selva particular. O banho é tomado, e aquela criança repousava em seu quarto. Sua cabeça ainda em sintonia com o universo fazia com a que a respiração ficasse profunda até seu sono acolhe-lo e levá-lo para outras margens de sonhos, dando continuidade ao projeto pelo qual veio ao mundo: Ser Feliz!!! Vovô vendo todos aqueles cachos repousarem no pequeno travesseiro refletia sobre uma frase de George Eliot: "Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido". - Boa noite meu querido!

12 de jul. de 2011

O deleite de sentir pelo sabor do gesto!




(Grande Teatro do Palácio das Artes - Belo Horizonte - 10 de julho de 2011)



Bom mesmo, é o que acontece por acaso, desde que esse acaso venha para revigorar a alma. É assim que todos os dias deveriam começar, no acaso das coisas lindas, que pulam no caminho por diante de nossos passos. Pelo menos é o que eu acho! O acaso brinca com as emoções que simplesmente explodem após os aparecimentos oportunos e conturbados, porém não menos deliciosos. Foi assim, a esmo, que meu domingo ensolarado foi contemplado com um sabor a mais. Após o acaso surpreender o restante do domingo, ele mudou todo o trajeto por determinação de Rafael, que me entregou, para abrilhantar minha noite, seu convite para apreciar o Espetáculo "Pelo Sabor do Gesto". Nome que o mesmo (Rafael - que de anjo tem muito) nem dava-se conta, e com um gesto saboroso cedeu seu lugar para que eu fosse apreciar o Show de Zelia Duncan (obrigado pelo tão grandioso gesto do acaso). Zélia com tantos gestos expressa de forma transcendente a pureza do cuidado, no que tange o amor não só pelas palavras mas por todo um contexto construído e instruído por um olhar, por um pulsar, pelo respirar. A medida que a as canções adentravam os ouvidos a cabeça viajava pelos doces dias construídos de minha história. Digo doce, porque as desventuras são tão frívolas perto da magnitude de poder estar vivo, por exemplo, para apreciar uma manisfestação gestual que me remete ao sorriso de meu pai, de minha mãe e de meu irmão (meus três principais e primordiais gestos). A verdadeira trilogia desse caminho torto, que possui um leito em macios braços para revigorar energias. As vezes não dizem nada, as vezes fazem cafune, ficam ouvindo a respiração um do outro e mistura-se com os outros sons que os gestos familiares agregam nesses momentos de intimidade. Outra canção invade o teatro e o pensamento muda em direção as coisas que fiz e para as coisas que listei um dia para poder fazer. Quais delas foram concluídas? Quais delas foram suficientes o bastante para me fazer ser eu? Tanto faz. O importante de tantos passos é o vigor da pisada. O que resta é a força da gargalhada dada. O que lava é a pureza da lágrima expelida. Afinal foram gestos saborosos e traçados de forma voraz. Na canção o "Tom do Amor" tudo é derramado (momento que o amor é descrito e clama de forma gestual sua vontade de aparecer - e aparece). Em "Todos os verbos", o ápice desse amor é demonstrado através da língua gestual (fui retirado da ignorância nesse momento e absorvi tal experiência através das mãos do outro). Apesar dos gestos seguirem e dizerem as letras da música apresentada, eu também vi outras maravilhas intrínsecas pulsarem das mãos da artista, e me fez lembrar de um pequeno texto que escrevi aos 21 anos: 

Sentir-se no próximo é maravilhoso. As vezes penso se é possível fazer o coração alterar suas batidas sem a presença do outro? Sempre há uma resposta negativa. A essência está estacionada em nós e não podemos fazê-la fluir sem que mãos externas aproximem-se das nossas próprias. 


No final ir para casa foi mais intenso. Abraçar as pessoas que o acaso colocou para mim nesse momento foi fundamental. Salve Zélia por me integrar e me fazer perceber nas plenitudes e na simplicidade dos contextos. Salve Rafeto por me agraciar mais uma vez, e sempre, sem regalias. Salve Keylla (minha companheira de show), por cada aperto de mão, respiração profunda, abraços e olhos brilhantes a cada música que invadia o ambiente com suas letras que são realmente, minha querida, as trilhas sonoras de um mundo que ainda existe: um mundo de gestos plenos cheios de frutíferos acasos que também nos abraçam a todo instante.

4 de jul. de 2011

Bethânea Pessoa de Campos em Mim...

É dificil acreditar no ardor que é imposto no cotidiano. Imposição trazida pelo descaso e pela intolerância entre o que deveria ser afim. Um dia normal para uns, porém infindável para outros. Como habitante desse mundo não estou imune e os crueis fatos são trazidos aos olhos, ouvidos, para o olfato e consumam-se na mente. Inundado de espectativas e inconstante indignação lembrei-me de um poema de Álvares de Campos que li há muito tempo, em um tempo onde o consumo de poesia era me dado como forma de atravessar o mundo de forma a dizer para ele o que me consumia. Álvares de Campos, um dos mais conhecidos heterónimos de Fernando Pessoa, agora me vem a memória, juntamente com a necessidade premente de aplacar as indiferenças percebidas na rotina de desleixo que rodeia o mundo. Com isso, coloquei-me freneticamente a procurar pelo texto há tanto tempo lido e logo encontrei o mesmo ali intacto e proclamado pela voz de Maria Bethânea. Impacto provocativo que me esbofetou o rosto e trouxe uma série de paixões que agora estavam norteadas e amparadas pelas palavras ditas. No video, após o texto escorrer suavemente, veio o epílogo com uma melodia de Jards Macalé (que me fez lembrar o velho aparelho de som de meu pai, quando o mesmo ouvia suas canções em um velho vinil cheio de coisas novas para ofertar). A trilogia de talentos trouxe-me de volta para os trilhos de minhas concepções mais profundas e regou o jardim que habita todos os meus projetos de vida, estraçalhando as informações inóspitas que insistem em chegar em minha morada. Tenham vocês também um desfecho. Percebam-se em cada palavra dita e cantada. 







27 de jun. de 2011

Drummond sempre me recebe como se deve!



 (Arquivo pessoal: contemplando a vista de minha casa - 26/06/2011)
 
 
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência
egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos
também a felicidade." (Carlos Drummond de Andrade)


Chega o dia de viajar. O objetivo? - Ir de encontro aos braços de minha mãe e de meu pai. Como é bom sentí-los! A energia emerge como um vulcão. Grito esbaforido: - Que venham os dias, as noites e as madrugadas, estive em braços que envolvem e com respirações sincronizadas! De volta ao meu humilde aconchego, deparo com meu apartamento ainda desolado pelos últimos encontros ali realizados. Resolvo abrir meus emails e me deparo com um texto de Carlos Drummond de Andrade postado por minha amiga Zélia (obrigado por esse norte):

"Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar."

OBS: Percebo que as casas de minha vida são assim... repletas de gozo, de trilhas intermináveis, de emoções e um amor sublime que reconhece seu lugar. Ao chegar em qualquer uma delas, por mais voraz que seja a vontade de arrumá-la de imediato, sempre bate aquele desejo de novamente curtir o deleite do que ali foi dito, feito e aprendido.

14 de jun. de 2011

Descreve meus olhos, meu corpo, meu porte...

Houve um tempo em que a descoberta para a arte do desenho manifestou-se e trouxe a surpresa da capacidade de colocar através dos traços o que enxergava-se no cotidiano. Foram inúmeras gravuras formadas que hoje habitam algum lugar desse mundo, ou não habitam mais, simplesmente desapareceram. O certo é que o dom emergiu e trouxe consigo uma capacidade de olhar pelas frestas e descobrir algo maior. Então veio um convite: criar em um palco, como forma de celebração, um rosto feminino em uma tela de papel de tamanho natural. Colocar nesta tela uma expressão feminina ao mesmo tempo que uma melodia compassada e singela era tocada nas cordas de um violão sob meia luz. Desafio lançado, nervosismo posto, taquicardia instalada. Para surpresa não houve exitação ou ao menos incertezas. Aceitação imediata. A música foi apresentada e ao mesmo tempo que tal melodia ecoava pelos seus ouvidos a idéia dessa mulher foi surgindo em sua mente. Seus traços. Sua identidade. Seu jeito de sentir. Uma melodia simples, porém com letra forte onde a descrição feminina foi o marco para que o trabalho pudesse ser mostrado. O dia certo chegou, o foco de luz iluminou o suporte com a tela de papel, os primeiros acordes do violão foram dados. Pausadamente ouviu-se passos até a tela. A mão, que agora tremia, pegou no grafite alojado no suporte e iniciou-se na criação e na transfiguração dessa mulher que a cançao descrevia. A platéia estava em silêncio, o ambiente proporcionava uma acústica providencial para o contexto, onde voz e violão deixavam a mensagem a ser proferida de forma clara e precisa, ao passo que os traços dessa mulher eram erguidos no painel. A imaginação era imensa, os sentimentos exalados faziam com que os pensamentos viajassem por terras já percorridas e que no momento tranfigurava em forma de saudade. Afastou-se um pouco do painel, percebeu que essa mulher precisava de cor, pegou o bastão de cera e atreveu-se a evidenciar a boca, os olhos, trazendo para essa mulher tranfigurada para o papel a cor merecida para o momento. Ao final da melodia o registro desse autor foi cravado ao pé direito na porção inferior da obra. O momento encerrou essa modesta obra, porém de grande repercussão e dotada de sentimentos para um jovem de apenas 10 anos de idade.


(Arquivo pessoal - foto tirada em 1992 - Teatro do Colegio Imaculada Conceição - Barbacena MG)


OBS: Encontei um video no Youtube com a música descrita no texto. Não é uma grande produção, mas consolida bem a intenção de mostrar a canção que há tempos ficou em minha cabeça. Graças ao eficiente recurso tecnológico de hoje pude saber depois de tanto tempo, apenas escrevendo umas frases da melodia na internet, sobre seu compositor (Padre Zezinho). O violonista citado no texto era Rodrigo Nézio, hoje integrante da banda Duocondé Blues. (Boas lembranças!).











13 de jun. de 2011

Sob o Sol de Toscana - ponto de vista sobre o sofá!


(Arquivo pessoal - foto tirada em Sítio de Estivas. Uma das tentativas de bricar de ser um fotógrafo)


Há algum tempo que estou reservando um momento para ver um filme que está em minha posse: "Sob o Sol de Toscana (filme de Audrey Wells) - emprestado por minha querida Rosemary. Esse momento chegou em pleno sábado desse ano corrente, mais especificamente dia 11 de junho. Acabei aprontando todo um aparato para aquecer o corpo devido a baixas temperaturas que advém da proximidade com o início do inverno. O fato é que o filme apresenta uma singularidade no quesito comédia, com cenas leves e gostosas do cotidiano de uma pessoa. E mostra com clareza a necessidade de não fazer nada de alguns e a importância que outros dão em fazer algo fora dos padrões impostos pelo projeto de vida. Uma metáfora marcante no filme é quando a personagem principal questiona que não aparece nada em seu caminho e uma amiga lhe narra um conto mais ou menos assim: "Quando eu era criança ia para o jardim procurar joaninhas e eu não as encontrava, até que eu adormecia no jardim e quando eu acordava elas estavam todas em cima de mim". Evidenciando de forma sutil e lúdica a importância de parar para que o mundo tenha oportunidade de vir até você. Outro momento incessante é a narrativa de um aluno rebelde sobre os direcionamentos que sua então professora lhe trazia: "Terríveis idéias são como maus alunos no colégio, com o devido encorajamento eles se tornam gênios". As vezes as idéias ditas loucas de nosso rotineiro momento pode ser a grande salvação para que tudo não fique estático ou melancólico no percorrer dos trilhos. É realmente incrível pegar péssimas idéias e desenvolvê-las com o devido cuidado e direcionamento (esse blog que o diga!). Até que em um breve momento aparece uma citação de Fellini: "Você deve viver esfericamente em várias direções. Nunca deve perder o entusiasmo infantil e coisas boas lhe acontecerão". Nada mau, se pensarmos que podemos ser uma roda gigante, uma roda de carro em alta velocidade ou simplesmente uma bola de boliche (eu precisamente vomitaria, uma vez que rodopios me deixam enjoado). Mas deixando esse pensamento fortuito de lado, Fellini aparece no filme sobre forma de citação e recompõe a narrativa da forma como convém um desvairado apaixonante. E tudo é transmitido com esse tom. Há momentos de dor, alegria, euforia e surpesas adivindas dos ensinamentos passados e sentidos em cada contato, em cada olhar sugerido ou gestos que emergem de forma desprentenciosa e que constroem todo o espaço de conflito. É grande a identificação com os personagens, com o cotexto, seja na vontade de fugir para uma Toscana de forma inusitada a procura da simplicidade bem composta ou da criança que corre freneticamente e de forma sempre esférica. Quando a exaustão vem ela caí na grama, sem preocupação com o que pode emergir com esse ato, adormece e percebe as joaninhas alojando em suas idéias que ainda que na verdade mostram-se terríveis para alguns, mas já não são tão temerosas no leito de sua criação. Nesse momento do filme o frio não mais arde, e o sofá tornou-se aconchegante e tranquilo. Meu olhar está fixo na trama apresentada e a mente está aberta para as possibilidades propostas a cada cena. Os sonhos retornam, os passos já dados transitam com minhas próprias lembranças e os "pensamentos terríveis" de uma criança, retornam novamente e evolvem o cotidiano sem ao menos supor que um encorajamento recria-se no inconsciente. Quando tudo acaba, adormeço, eis aí o meu jardim surgindo de forma simbólica. Agora, é só aproveitar. Bom filme para vocês também. 


OBS: Minha amiga, muito obrigado por ter insistido em me emprestar o filme. Obrigado por emergir de forma esférica e me fazer rodopiar as vezes, apesar dos enjoos. BJS!

6 de jun. de 2011

Pergunta: Onde faz sempre bom tempo? Resposta: Na própria avidez transbordante do tempo!

(Arquivo pessoal - Foto tirada no Sítio de Estivas - 2010)


Depois de muito tempo o tempo retorna querendo mais. Não vejo muito claro os traços desse novo encontro, mas percebo a indiferença do tempo que chega sem permissão para testar a solidez do que foi edificado. Será de argila? Será de barro? Será de palha? Não se sabe, ardiloso senhor das seleções naturais! Ainda existe aqui os declínios e retas postas e construídas por aqueles que condizem e que são os afins. Diga logo a notícia que remete ao passado. Traz todo fervor e o impacto de seu sopro. Você que concede dias para que haja estabelecimento, porém não divulga fórmulas ou roteiros. E agora aqui, explana todo o fervor da notícia sem ao menos perguntar se era bem vinda (apesar de sempre esperada). Saiu leve, rouca, com justificativas e necessidade de recorrência. O que não era esperado? Ou, o que esperava-se? A dúvida paira, a face ruboriza, o olho aperta, a mente recorre as íntimas lembranças e os fatos aparecem picados em cada lance das memórias. Esse tempo provido de astúcia e tão pouco benevolente que empurra a tão esperada e temida notícia! Derrepente parou, escutou os sons de seu tempo passado, escutou as imagens projetadas das íntimas lembranças em sua cabeça. O tempo retrucou e abriu um sorriso em raão do que encontrou após tanto tempo: haviam lágrimas, um sorriso manso, um olhar redentor, uma serenidade rodeada de questionamentos sóbrios, um caminho pintado com pinceladas nem sempre tão sóbrias. Traços realmente claros, as vezes efêmeros, mas extremamente sólidos. Do que foi feito tudo isso? Como conseguiu? Diz o tempo relutando. A resposta veio e apresentou-se, não com falas, mas com fisgadas do próprio tempo: é de pessoas, é de abraços, é de apertos e travessuras, é feito de mim, é conduzido por algo que supera o eu (algo que me pega na mão e me puxa correndo até esvair o que consome, como agora), é feito de algo que nem o tempo explica, simplesmente aparece quando os olhos desejam estar em todos os lugares e explodem com a imensa vontade de acontecer.

1 de jun. de 2011

Dona Rosa

Ao girar a chave na fechadura ouviu-se um ruído que simbolizava a abertura da porta. Ele estava em casa. Deparou-se com sua recém aquisição, uma árvore pequena plantada em um vaso decorado a mão de forma singela. Percebeu então que havia uma pétala nova que despontava para a esquerda, sentiu-se bem com a visão, simbolizava um cuidado reconhecido depois de dez dias. Deixou a mochila no quarto, despiu-se e foi para o banho. A água jorrava em seu corpo e proporcionava um relaxamento que possibilitava descaregar as energias. Preparou um lanche e pode por um instante repousar seu corpo na poltrona acondicionada próximo a janela que o permitia apreciar o mundo lá fora. Muita coisa fora do lugar, muita coisa no lugar. Era como seu lar que o chamava a todo instante com uma fome de caracterização. Havia excessivamente o que fazer naquele espaço pequeno onde morava, porém seu corpo não ajudava nas iniciativas. Ele queria apenas deitar e não pensar em nada. Percebeu que o lanche ficou esquecido em meio a tantas indagações. Apressou-se na degustação. Arrumou o lixo de forma a alojá-los em recipientes para coleta seletiva. Ousou sair de casa, com as mãos carregadas e as pernas apressadas em direção as lixeiras externas. Com o ato concluído olhou para o lado e viu uma senhora. Ela tinha um rosto ressecado, corpo pequeno e magro, cabelos cor de cobre. Ela também tinha uma necessidade de falar. E quando sentiu uma abertura começou a compartilhar sua história. Foi um monólogo longo, um monólogo onde não havia repetições de palavras, onde tudo era inédito. Então ele deixou-se escorregar até sentar ali mesmo na calçada ao lado dela. Ele observou as mãos dela que balançavam no ar regendo a história narrada. A fala era mansa, os olhos eram expressivos, a respiração as vezes atrapalhava uma palavra dita devido a necessidade de inspiração, porém não apagava a intensidade que ela trazia. E lá se foram quarenta minutos de uma narrativa intensa e bem articulada. Ao fim de sua fala, ela levantou, limpou a roupa com tapas repetidos e logo após lhe ergueu a mão (e logo ela que apresentava seus 70 anos e com uma imagem tão frágil), as mãos entrelaçaram e ele sentiu uma força erguendo seu corpo e lhe puxando para junto do peito. Sim, foi um abraço. Um abraço conclusivo, um abraço de obrigado por emprestar seus ouvidos, um abraço cedido para ele que sempre precisa de um abraço. Enfim ela sorriu, deixou emitir um som com o sorriso, colocou-se a andar e a seguir seu caminho. Ele ficou por uns instantes observando esses passos vagarosos, sistemáticos e harmônicos. Ele respirou profundamente, deixou emitir um som com a respiração, colocou-se a andar e a seguir apenas sem direção com seus passos largos, confusos e desarmônicos. Ele sentiu vontade de ser observado, assim como ele a observara. Ele virou levemente a cabeça e a viu parada o contemplando e acenando positivamente, com se tivesse lhe dizendo: - Chegue em casa, abra sua porta, aprecie sua árvore, prepare seu lanche e não esqueça de comê-lo. Apareça aqui sempre para deixar o lixo, para que eu possa usar seus ouvidos e sentir seu olhar e para que você possa ser erguido por minhas mãos e acolhido em meus abraços. E no final de tudo, ainda teremos tempo de comtemplar os passos um do outro na volta para casa.




"Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios.... fica sempre a certeza de que se dormiu e se sonhou. Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas... Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."
(Clarice Lispector)


31 de mai. de 2011

O olhar que me segue!

Hoje ao abrir essas páginas encontrei um comentário do grande Thiago que sugeria um video que lindamente explicava como o poder da palavra transformou um momento de um homem cego. Então comecei a pensar no mundo que vi, no mundo que percebo e nos caminhos que percorri. Lembrei das fotos que tirei nos meus instantes de celebração das travessias (ou travessuras) e resolvi reavaliá-las com outras perspectivas de deslumbramento. Será que esse é o olhar que me segue? Será que consegui captar tudo o que havia, ou mais do que deveria? No decorrer dessa página exponho esse olhar congelado e profundo de alguns instantes, porém não menos intensos e sobarosos. O poder da palavra através das imagens que imprimem sua força no instante que foram captadas.


Tio João... Talvez uma das fotos mais expressivas que ja tirei. E para quem o conhece retrata bem sua alma e de como é feita sua história. Sou capaz ainda de escutar os acordes projetados de sua viola ao contemplar seu semblante. (Sítio Vargem do Amargoso - Barbacena - MG)


Adoro essas cores e o balanço que a escultura proporciona. Posso sentir risadas nesse salão e ao mesmo tempo ouvir a música tocando. (Obra do museu Inhotim - 2010)



Um divisor de águas que agrega. O que fazer? - Apenas sentar nessa passarela e aproveitar. O que ouvir? - O que vier, pois nesse espaço é possível ouvir além do que se percebe. (Inhotim - 2010)



O bom é enxergar o que está próximo e geralmente o que nós mesmos escondemos e não queremos ver. E se conseguir ouvir vai se encantar. (Inhotim - 2010)


Descompromissados, de bem com a vida e totalmente felizes com o que são. (Inhotim - 2010)


Ser parte da obra ao contemplar o céu. (Obra do museu de Inhotim - 2010)



Todos os caminhos possíveis de seguir. (Inhotim - 2010)



"Vou lhe dizer que são milagres, noites com sol... posso entender o que diz a rosa ao rouxinol... onde só tem o breu, vem me trazer o sol, vem me trazer amor. Pode abrir a janela..." (Sítio da Estivas - Carmo do Cajuru MG - 2011)



Reflexo de Rafeto e Fávia sobre a mesa. Celebração no Samba de Mercado. Uma volta a infância de largos sorrisos. Anjo bom! (Mercado Central - Belo Horionte - MG)



"Vem de lá. Nem um lugar. Espaço além do coração. Pela luz do sol o vento traz nudez de tal revelação." (Serra da Moeda- MG)


"A montanha acordou e emaranhou. Viajante solitário...andarilho de luz veio me trazer um sendero luminoso..." (Serra da Moeda - MG)


"Finjo não saber que o tempo passa logo... é como se a vida nunca acabasse, reviver o espaço seja como for." (Tiradentes - MG)



NOTAS: Fotos de arquivo pessoal tiradas com minha pequena câmara amadora com mãos amadoras, porém não menos cuidadosa. As descrições das fotos sem aspas são cultivos de minha sutil imaginação tentando projetar minhas percepções. Os trechos citados entre aspas são de canções de Flávio Venturini, que confesso sem pudor: - Instigam a voar e relembrar a cada dia de como é bom prover palavras, sem ao menos me tocar que sou um mero mortal. Tudo isso me condiz, me faz ver, ser e seguir.










30 de mai. de 2011

Pra relaxar....

Estava eu a peneirar as idéias em um processo de seleção para postar nessas páginas, até que então vagando pelo Facebook de meu querido Igor (saudades e obrigado por essa viagem) deparei com esse video... Então percebi que era isso que gostaria de compartilhar hoje, porém não sabia com dizer. Em tempos de intolerância, onde o próprio tempo se confunde com seus ponteiros, é bom sentir uma melodia singela esvaindo por aí e capturando o que há de bom e dizer o quer você não consegue formular (ainda bem que elas existem). Portanto, é a manifestação do que muitos gostariam de dizer: "cuida bem de mim... então misture tudo dentro de nós... porque ninguém vai dormir nossos sonhos".

Então meus caros, apreciem a viagem, fiquem soltos, como todas as vezes desejadas e não resistam ao cuidado ofertado pois até ele precisa de um cais para exercer seu ofício!


28 de mai. de 2011

Galeria Pessoal

Em um momento devastador de minha vida descobri que eu poderia poduzir traços a base de tinta a óleo. Então com um saculejo de amigo, minha querida Zk (que sempre ajudou meu coração a pulsar), introduziu em minha história alguns traços que são impossíveis de serem apagados:


Essas foram as primeiras pinceladas... lembro da tela apoiada em uma escada feita de parajú. Era como se me dissesse: "É para você mesmo meu rapaz, coloque cor em sua vida". E nós (ZK e Eu), com uma técnica de espancar a tela com o pincel para tentar chegar em algum tom. Foi único!!!



Já com uma coragem de dar inveja decidi seguir sozinho. Comprei uma tela e algumas cores extras. Aí estava eu pelas madrugadas pintando, acompanhado de Janis Joplin, uma garrafa de vinho e com o telefone do lado (para eu ligar para ZK quando eu não conseguia fazer algo na tela)



Enfim a terceira obra. Um ser corajoso. Essa foi a mais ultrajante. Primeiro que minha querida Silvia (que por sinal é uma artista de grandeza ímpar e um ser humano lindo) é que me ajudou a traçar com um lápis todos esses contornos. Depois minha conta de telefone ficou devera cara de tantas vezes que liguei para meu Porto Seguro (ZK, claro!) reclamando dos traços que eu não conseguia produzir (que nessa hora eu não sabia se era pela inexperiência ou pelo vinho que já estava subindo).



E veio o Pierrot (cópia de um quadro que decorava a sala da casa de Tia Sônia... kkkk)... e descobri que sentia algo por imagens com expressão... como a de palhaços tristes!



Essa veio por encomenda de Vovó... mas descobri que fazer uma flor é algo tão devastador como um anjo!!!




Últimos traços até então... Esse está pinturado e iluminando o quarto de Rafeto (que sorte a sua hein rapazim... hehehe)


Estou descobrindo que meu amadorismo para as telas vai seguir adiante, com o cavalete pronto, pinceis a postos, vinho comprado e Janis Joplin pronta para rasgar os cômodos de meu apartamento (que por sinal tornou-se um estímulo para esse meu vício).
 Aguardem... em breve algo novo será produzido! Assim espero...

OBS: grandiosos beijos para ZK, Silvia, Cissa e Tia Sônia que foram verdadeiros faróis encandescentes para que eu conseguissse gritar, produzir e não me deixar consumir pelo desespero!!!!










27 de mai. de 2011

Outro lado da Gestão

 Fonte: foto tirada por Rafeto em nossas andanças por Inhotim

Há algumas sextas feiras venho sofrendo algumas experiências que deixaram meus fins de semana pensativos e com agústias a serem desvendadas na ação de meu ofício. Veio a minha cabeça algumas frases ja ouvidas e lidas no meu trajeto profissional e de formação: "Gestão dói", "Gestão é um ofício solitário". Será que para gerir algo é necessário sentir algum tipo de dor? Será que preciso mergulhar em algum canto de mim mesmo, meio que escodido e permanecer ali para achar um caminho? Pois bem, eis o meu trajeto. Ao realizar ofícinas para construção de um planejamento chega em um momento que as propostas devem ser organizadas pela equipe e apresentadas de forma a cumprir um cronograma metodológico. Essas apresentações, sempre ocorridas nas sextas feiras, me deixavam muito introspectivo após os debates. Pouco se correspondia ao que foi trabalhado, e parecia que existia uma linha tênue entre o que deveria ser um debate profisisonal construtivo e uma provocação pessoal. Isso me inquietava e tais frases pulsavam em meus pensamentos. Eu entrava no carro, ligava e aumentava o som, de preferência com melodias que não são de costumes no meu cotidiano e seguia meu trajeto para casa a viajar nas minhas frustações e espectativas não atingidas. Reformulava o método usado, fazia reconstruções das trajetórias seguidas e de novo percebia a insistência daquelas frases lá no fundo. Foram semanas de inquietação e noites a olhar pela janela na tentativa de amenizar um incômodo que crescia e pendurava na minhas entranhas. Sério, foi um sentimento quase patológico. Passei por reformulações, reagendamentos de reuniões, construções de novas abordagens com meus afins, leituras intensas e análises que me levavam a suspirar no final. Tudo pronto para uma nova investida. No âmbito de minhas aflições as tais frases vinham tão afirmativas quanto uma vontade esbaforida de estar cantarolando de bicicleta pelas ruas de Amisterdã (que aliás é um projeto que tenho com minha amiga Flávia Pimenta e que agora ela quer me abandonar nessa trajetória - efeitos de ser tia pela primeira vez, ela quer ir para Disney - hehehe - desculpe, não resisti). Até que pela manhã do dia 27 de maio desse ano que escancara para nós, sentei com três pessoas brilhantes, cada uma com seu mau humor que diverte, cada uma com seu brilho, cada uma com suas perspectivas, cada uma com sua sabedoria. E que sabedoria! Construímos um trabalho edificante ao meu ver, foi intenso sentí-los, foi divino sair dali e perceber a geniosidade de um trabalho coletivo que nascia. E como eu disse, ele apenas nascia. E ao chegar a tarde sentei para assistir o resultado de um outro grupo, aquele que me fez remoer e repensar meus mêtodos com uma dor pulsante. A emoção me inundou, porém mantive uma postura intacta, e a cada palavra dita e a cada projeção do que havia sido construído eu ficava ruborizado de felicidade. Minha dor não foi em vão! Minhas investidas diárias não foram desperdiçadas! (gritava em pensamentos no momento). Minha vontade era de beijar a todos na boca de tanta euforia, porém eu não seria bem visto e uma lesão que encontra-se nos meus lábios superiores (devido a agressão sofrida por baixas temperaturas) não permitia essa estripulia. Porém hoje ao entardecer entrei no carro, liguei o som com melodias batidas da minha carta de cds. Cantarolei e não pensei em nada. Um sorriso sardônico apareceu nos lábios esticando a pele e me fazendo sentir uma fisgada na maldita lesão em fase de cicatrização. Já em casa as afortunadas frases voltaram a ter destaque no turbilhão de pensamentos que jorravam de minha cabeça.  Então as aceitei. Com a ajuda de minha criança, que resolveu parar de brincar de pique esconde, me empurrou para um turbilhão de possibilidades, me fez proferir sem pudor as formulações geradas em minha cabeça: Venha essa dor que me puxa para novas descobertas, venha essa solidão que me alerta para as coisas embutidas na minha capacidade, venham de uma vez só para me fazer gritar sem desespero acompanhado das canções que me esculpiram na vida, venham e me faça ter certeza de que estou onde realmente eu quero estar.

26 de mai. de 2011

Trânsito: um medidor de caráter

Ouvi uma frase da fantástica Fernanda Young a respeito do trânsito há um tempo atrás que me fez refletir e entender por qual motivo minha íra e indignação no trânsito era tão visceral. "O trânsito é um medidor de caráter". Perfeito... bateu como um dicionário para dar base as minhas indagações: piscar farol na sua traseitra, fechar sua passagem, tentar tirar proveito para passar primeiro em um cruzamento, não respeitar faixa de pedestre... e entre tantos atos que fazem o coração fibrilar e de forma ríspida permite que surja de sua boca um filho da p.... complexo não?! Pois é!! Esse é um medidor de caráter com certeza. A cada dia o carro passa a ser o grande poder que transforma e engrandece o cotidiano desse aglomerado que chamamos de cidade.  Ali em milésimos de segundos um carater é mostrado em todo seu esplendor ou em toda sua obscuridão. E você consegue até perceber o brilho no olhar e o puxadinho no canto da boca demonstrando um riso sórdido de quem consegue burlar a ordem no trânsito: Eis o grande mau caráter, aquele capaz de bater na mãe, de passar por cima do canteiro central, porque "ele" é o "grande fodão", é o seu momento de mostrar para o mundo sua existência, já que no cotidiano quando seus pés tocam o chão, ele não relflete e/ou nem produz luz alguma. Decidi pedir piedade para "eles" e oferecer de bom grado toda a rua ou estrada que entender-se a sua frente, pois são seus únicos caminhos, única opção de vida, única forma de se fazerem vistos. Eu não, eu tenho muitos outros caminhos, muitas outras formas de transcender do que a de ter que recorrer a um frívolo acelerador. Como postado em comentários por uma amiga (Claudinha - que por sinal é uma delícia de ser humano), as palavras de de José Saramago: "Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar". O que fazer se o que "eles" tem é apenas um acelerador que foi apenas obtido? O que fazer se o que "eles" podem ter á apenas essa velocidade impulsionada por uma máquina? Agora a descrição de um Gostar: o carro parou  e seu motorista sinalizou cedendo a sua vez, por ter observado que o outro veículo estava em local mais complexo, e sua gentileza foi tremenda que o mesmo pode ler os lábios da pessoa que foi agraciada: - Obrigado meu jovem!! (E isso com um sorriso irradiante). Com isso eu só tenho a dizer: Viva José Saramago por descrever tão bem a beleza do que é conquistado, e Viva Claudinha que me abençoou com essa passagem. E os de mau caráter? Esses vamos conspirar para que o universo tenha piedade e lhes ensine algo com suas leis. Assim seja!!!!!

25 de mai. de 2011

Para que?

Enfim decidi fazer um Blog... Até me parece estranho ser seduzido pela tecnologia dos últimos tempos, ou de tempos quase últimos, quem sabe. O fato é que em um período não muito longe dos meus pensamentos, era impensável a construção de algo que não fosse palpável e que eu não pudesse sentir o cheiro nas mãos. Mas estimulado pelas realizações de meus grande amigos e deliciosos parceiros de jornadas do PERAMBULARTE, Elô e Cláudia Berro!!!, estou aqui a devanear com meus dedos frenéticos no teclado. O que vai sair daqui? Qual o objetivo disso tudo? Eu não sei.... Só sei que vou deixar fluir, deixar levar, se tiver raiva publicarei raiva, amor publicarei amor, humor publicarei humor. Será tudo verdade? -Sei lá!!! Afinal a velha frase: "mentiras sinceras me interessam", ainda está vida e sincera. Quem sabe um dia um copo de vinho me acompanhe nessas páginas, que aliás tem me dado trabalho, pois também achei de entender do assunto, um inferno para quem nunca teve em seu trajeto essas palavras usadas por apreciadores de vinho, mas palavras não impossíveis de entender e de acrescentá-las à sua vida... enfim to ficando chato... hehehe!!! ...  pausa para beber água.... Percebo que as noites serão longas... os dias intensos e sempre vou querer dar uma fugidinha pra cá para espiar o que tá ocorrendo aqui.... droga... arrumei mais um vício, como se já não fosse bastante os que tenho... aguentai tal provação... até que se entenda para que ter um blog... bjos