22 de jan. de 2013

Horinhas de Saudade...



Imensa saudade que rebusca a paisagem,
vem a noite, vem em dia e traz o revirar da euforia.

Almanaque de risos de chocalhos de guizos e
saudosos gemidos...
Pergunta-se:

                     - De onde ela vem? Não explica ninguém.
 
Chega rugindo, apertando e franzindo.

Ela morde a orelha e pega na beira.
Arranha o sexo, aperta sem nexo cada trilha esculpida na luz que revida e revira.

O pensamento a traz, o suspirar a clama, e a saudade reclama o alvoroço vivido...
Sem beira ela grita, fogosa e garrida, um agudo afinado que remete ao gingado de canções consumidas.

É louca e amorosa, essa saudade que engorda, que enrola, que amacia...
Decide lembrar estarrecida de toda vida engolida, deglutida e revertida em energia para fazer o corpo deslizar em compassos que só ela sabe acompanhar.

E esse corpo andando se vê a traçar, pulsar, a construir um terno conto de uma vida que clama por novas saudades insanas.

É que saudade só vem, para quem viveu além, para quem sorriu com alguém, para quem chorou bem e se deixou beijar, abraçar e uivar perspicaz.





(Arquivo pessoal: Congonhas MG - 2012)





 

4 comentários:

  1. Eu estou fadada a sentir saudades, pois nasci no dia dela. Acho que, também por isso, sou tão melancólica!

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  2. "Saudade é urgente" Elô. É p quem tem o q contar. Já viu alguma pessoa vazia ter muita saudade? Só pessoa plenas sentem saudade, pq souberam conquistar!!

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