13 de jun. de 2011

Sob o Sol de Toscana - ponto de vista sobre o sofá!


(Arquivo pessoal - foto tirada em Sítio de Estivas. Uma das tentativas de bricar de ser um fotógrafo)


Há algum tempo que estou reservando um momento para ver um filme que está em minha posse: "Sob o Sol de Toscana (filme de Audrey Wells) - emprestado por minha querida Rosemary. Esse momento chegou em pleno sábado desse ano corrente, mais especificamente dia 11 de junho. Acabei aprontando todo um aparato para aquecer o corpo devido a baixas temperaturas que advém da proximidade com o início do inverno. O fato é que o filme apresenta uma singularidade no quesito comédia, com cenas leves e gostosas do cotidiano de uma pessoa. E mostra com clareza a necessidade de não fazer nada de alguns e a importância que outros dão em fazer algo fora dos padrões impostos pelo projeto de vida. Uma metáfora marcante no filme é quando a personagem principal questiona que não aparece nada em seu caminho e uma amiga lhe narra um conto mais ou menos assim: "Quando eu era criança ia para o jardim procurar joaninhas e eu não as encontrava, até que eu adormecia no jardim e quando eu acordava elas estavam todas em cima de mim". Evidenciando de forma sutil e lúdica a importância de parar para que o mundo tenha oportunidade de vir até você. Outro momento incessante é a narrativa de um aluno rebelde sobre os direcionamentos que sua então professora lhe trazia: "Terríveis idéias são como maus alunos no colégio, com o devido encorajamento eles se tornam gênios". As vezes as idéias ditas loucas de nosso rotineiro momento pode ser a grande salvação para que tudo não fique estático ou melancólico no percorrer dos trilhos. É realmente incrível pegar péssimas idéias e desenvolvê-las com o devido cuidado e direcionamento (esse blog que o diga!). Até que em um breve momento aparece uma citação de Fellini: "Você deve viver esfericamente em várias direções. Nunca deve perder o entusiasmo infantil e coisas boas lhe acontecerão". Nada mau, se pensarmos que podemos ser uma roda gigante, uma roda de carro em alta velocidade ou simplesmente uma bola de boliche (eu precisamente vomitaria, uma vez que rodopios me deixam enjoado). Mas deixando esse pensamento fortuito de lado, Fellini aparece no filme sobre forma de citação e recompõe a narrativa da forma como convém um desvairado apaixonante. E tudo é transmitido com esse tom. Há momentos de dor, alegria, euforia e surpesas adivindas dos ensinamentos passados e sentidos em cada contato, em cada olhar sugerido ou gestos que emergem de forma desprentenciosa e que constroem todo o espaço de conflito. É grande a identificação com os personagens, com o cotexto, seja na vontade de fugir para uma Toscana de forma inusitada a procura da simplicidade bem composta ou da criança que corre freneticamente e de forma sempre esférica. Quando a exaustão vem ela caí na grama, sem preocupação com o que pode emergir com esse ato, adormece e percebe as joaninhas alojando em suas idéias que ainda que na verdade mostram-se terríveis para alguns, mas já não são tão temerosas no leito de sua criação. Nesse momento do filme o frio não mais arde, e o sofá tornou-se aconchegante e tranquilo. Meu olhar está fixo na trama apresentada e a mente está aberta para as possibilidades propostas a cada cena. Os sonhos retornam, os passos já dados transitam com minhas próprias lembranças e os "pensamentos terríveis" de uma criança, retornam novamente e evolvem o cotidiano sem ao menos supor que um encorajamento recria-se no inconsciente. Quando tudo acaba, adormeço, eis aí o meu jardim surgindo de forma simbólica. Agora, é só aproveitar. Bom filme para vocês também. 


OBS: Minha amiga, muito obrigado por ter insistido em me emprestar o filme. Obrigado por emergir de forma esférica e me fazer rodopiar as vezes, apesar dos enjoos. BJS!

6 comentários:

  1. Qui lindu Jubert.... adorei!!! Bjus Plipli

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  2. Que bom ter você por aqui... obrigado.. bjos

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  3. Querido Jubert,
    assisti ao filme algumas vezes, apesar de ter achado tudo meio clichê (!), mas agora, com o seu olhar, ele parece outro para mim!
    Vou tentar, ao menos, prestar nova atenção às "joaninhas" do meu jardim...
    Eu amo você...
    Elô

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  4. É assim mesmo Elô...Alguns filmes que vejo em determinados momentos não me tocam tanto... aí por um encanto alguém me fala do filme, eu acabo revendo e percebendo outras formas de pensar e interagir com ele... bom demais...bjos.. tbm te amo!!!

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  5. Estou neste momento assim precisando da "importância de parar para que o mundo tenha oportunidade de vir até você."
    ótima dica, vou procurar para assistir também!

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  6. Assista sim amigo... é uma inspiração!!!

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